Uma viagem de carro, saindo do Brasil passando por Ushuaia na Patagonia e depois chegar a Prudhoe Bay no Alaska. Deve dar uns 40mil Km. **************************** Un viaje en carro, desde Brasil hasta Ushuaia en la Patagonia Argentina, despues sigo hasta el norte, Prudhoe Bay en Alaska, en total son 40mil km. ************************** This is a road trip driving from Brazil to Ushuaia in Argentine, than north to Prudhoe Bay in Alaska, it will be around 18000miles.
28 junho 2007
Dia 97 - Domingo
Ao meio dia estava pronto pra ir a Livingston. Pegamos o barco que saiu as 13h. O passeio de duas horas eh muito legal, descemos o rio em direcao a foz no mar do Caribe. Passando por alguns canyons e comunidades indigenas chegamos a pequena cidade de Livingston. A cidade eh um ponto turistico movimentado tem uma comunidade grande Garifuna (negros caribenhos) e alguns espanicos que vivem com uma certa divisao racial. Achamos um hotel meio vagabundo, mas barato, saimos pra comer, num restaurante caro pacas, demos umas voltas e ficamos meio sem saber pra onde ir. Na volta pro hotel um camarada chamado Pollo Hernandes, musico que ja viajou pra Holanda, papo interessante ate que comeca a dar uma de guia turistico. Ai ja eram umas 8 horas da noite e ele leva a gente pra tomar uma cerva no que seria um tipico boteco local, nada de coisa pra turista, diz ele. No fim, nos convence a fazer um passeio e nos cobra uma grana, acabamos desistindo depois de algum tempo de papo.
23 junho 2007
Dia 96 - Sabado
O carro ta bem, passei cedo no Canche, to mais confiante que vai dar pra continuar, o canche me du uma carona de volta ao hotel. A cidade ta uma confusao por cause de um comicio de um candidato a presidencia. O Canche acha que esses politicos sao todos iguais fazem festa, trazem um monte de gente e depois de eleitos esquecem a cidade. Acho que conheco um pais bem parecido com isso! Em meio aos "correligionarios" achei o barbeiro e fui cortar o cabelo. Voltei ao hotel fiz a barba, nunca faco a barba no barbeiro alem da sensacao esquisita do cara com uma navalha no seu pescoco, eh mais caro. Passei rapidamente pelo boteco, combinei com Balka e Colete de irmos a Livingston no dia seguinte. Fui!
Dia 95 - Sexta Feira
Mesmo com um pouco de ressaca acordei melhor, fui ver o carro e me pareceu mais encaminhado. O pessoal acha que ate a proxima quarta ta entregue, tenho minhas duvidas. Voltei pro hotel pra ler, to lendo Zen e a Arte da Manutencao de Motocicletas, Robert Pirsig. To gostando. Duas cervas e cama.
Dia 94 - quinta-feira
Hoje resolvi nao ver o carro, fiquei pela internet, lendo um livro, tomei umas cervas no hotel. Fui ao Sundog pra variar um pouco, tomei mais uma agua e fiquei por ali batendo papo com os holandeses. Resultado o bar fechou e ficamos ateh as 4 da madruga por ali enchendo a cara, ai apareceu o Dave (acho que era esse o nome do cara) um figura americano, nascido no alaska, mas que preferiu o calor da Florida, e agora veleja pelo Caribe com sua cachorra. Parece uma vida meio solitaria, mas o cara eh extremamente divertido, parece o Magnum com bigode e tudo.
21 junho 2007
Dia 93 - Quarta-feira ..
Mais um cafe da manha no Bruno's, sai fui ateh a oficina ver o carro, do hotel ate a oficina eh mais ou menos 1 km que tenho feito a pe, ou as vezes, de mototaxi. Ja estou ficando conhecido por aqui e reconhecendo algumas pessoas ja que sempre faco o mesmo caminho, o unico caminho, ja que rio dulce tem praticamente uma rua so. Fiquei pela oficina umas duas horas e nao tive uma impressao muito boa, acho que o trabalho nao andou muito. Fiquei com a sensacao de que nao vao conseguir colocar tudo no lugar. Sai dali meio depre, fui ao Sundog comer e tomar uma cerva. Mais tarde aparecerao o Balka e a Colete, ficamos tomando umas cervejas e batendo papo, tambem Conheci o Manoel e a Andrea, ele é brasileiro e trabalha como guia de expedicoes e ela é guatemalteca, duas pessoas gente finissima, que estao aqui em Rio Dulce para comprar um veleiro. Eles tem um estilo de vida muito interessante, passam 6 meses viajando pelo mundo e seis meses trabalhando como guia em viagens de aventura. Acabei me animando um pouco no fim do dia. E fui dormir.
20 junho 2007
Dia 92 - Terca ... dia aborrido
Acordei tarde, tomei meu cafe da manha no Bruno's, e conheci o Toninho, um guatemalteco que morou muitos anos anos States. Por aqui quase todos ja foram ou tem algum parente proximo que mora nos Estados Unidos. É interessante como em quase toda a América Latina eu encontrei gente querendo morar na terra do Tio Sam. Eu conheco os Estados Unidos e esse é um sonho que nunca tive, confesso que ja espalhei meu curriculo por la, e ate tive uma oportunidade, mas ainda prefiro estar no Brasil. E uma coisa que percebi nas conversas com alguns deportados é que preferem mesmo estar junto de suas familias, mas a necessidade de ganhar dinheiro é mais forte. Ainda nao tenho certeza por que essas pessoas deixam suas familias, seus empregos e tudo mais pra arriscarem-se num lugar que esta longe de ser a perfeição que eles veem na TV. Bom, passei o dia conversando com o Toninho, depois fui ate o Canche (apelido do Oscar) dei uma olhada no carro e voltei ao hotel, tomei umas duas cervejinhas e conheci dois holandeses, Balka e Colete, amigos da dona do Sundog. Conversamos um pouco e fui dormir. Essa parada serviu pra eu reestabelecer meu teor alcoolico, como estava quase sempre dirigindo, bebi muito pouco durante a viagem, tirando o segundo dia no uruguai, até parece que eu to de férias. :)
Dia 91 - Segunda.. atras de pecas e so
Entrei em contato com um grupo de 4x4 aqui da Guatemala, e os caras me indicaram um mecanico que talvez tenha as pecas originais para vender. O Oscar esta apenas desamassando mais ou menos, e substituindo algumas coisas. Passei o dia na internet tentando achar alguma coisa, mas desisti. Trazer as pecas da inglaterra tambem nao é viável, demoraria um mes pelo menos. Estou pensando em importá-las para o Estados Unidos. Foi um dia meio devagar, dei uma olhada no carro e sem happy hour, fui dormir cedo.
18 junho 2007
Dia 90 - Domingo
Hoje finalmente dormi tranquilo, ainda tenho pensado no acidente e nao tenho certeza de que o carro chegara ao alasca, mas agora me importa chegar logo a minha irma no Colorado, lá vou poder decidir com calma o que fazer. Resolvi fazer um passeio ate uma tal Finca Paraiso, me falaram que tem uma cachoeira muito legal por la. Encontrei o onibus que levava ate la, uma lata velha, que nao fecha a porta, e o radiador nao funciona, entao o cobrador fica jogando agua no motor sempre que tem um morrinho pra subir, tecnologia de ponta. Cheguei ao lugar, que fica em uma comunidade indigena, as criancas estavam se divertindo na beira do rio, logo achei a tal cascata e agua termal, quente pacas. Fiquei por ali apreciando o lugar, a tranquilidade, por alguns segundos esqueci do carro e do acidente, foi um belo lugar pra passar o domingo. Perdi o onibus pra voltar a Rio Dulce, acabei pegando carona com uma mulher que nao passava de 20km por hora, melhor assim ja que ela dirigia com uma cerveja na mao. Chegamos a Rio Dulce e mais um happy hour no Sundog. Boa noite
Dia 89 - Sabado
Acordamos cedo, o Goncalo vai seguir viagem hoje, eu ja estou mais recuperado, consegui dormir melhor esta noite. Eu fui ao Oscar, ver o carro e tentar ajudar alguma coisa. Mais tarde o Goncalo apareceu pra se despedir. O cara se tornou um grande amigo, só ter alguem conhecido por perto, falando o mesmo idioma ja me ajudou muito. Finalmente consequiram preparar o carro pra fazermos um teste com o motor, ele pegou de primeira, foi um alivio. Com o motor em ordem o chassis sem nenhum problema tudo parece mais facil, apenas a lataria precisa de reparos. O Oscar me havia pedido um mes e meio pra deixar o carro bom, eu lhe dei duas semanas so pra remendar de maneira que eu possa prosseguir, acho que ele entendeu. A noite tomei mais uma cervejinha no Sundog, e fui pro hotel.
Dia 88 - Sexta-Feira. - Decisao..
Bom, hoje é o terceiro dia aqui em rio dulce. Finalmente decidi arrumar o carro, deixei acertado com o Oscar que se o motor estiver bem faremos a lataria de forma que seja possivel continuar a viagem. Fiquei parte da manha ao lado do carro tentando ajudar na desmontagem. Foi um momento bom nessa tempestade em que tenho vivido nos ultimos dias. Para o almoco o Oscar nos convidou pra um peixe frito, muito bom. Voltei ao hotel dei uma olhada na internet e fui a piscina mais confiante de que havia uma possibilidade de continuar a viagem. Mais tarde voltei a oficina e os guris ja haviam recuperado o paralamas e arrumado o radiador,foi mais uma injecao de animo
nesses ultimos dias. O Oscar é um cara simples, mecanico, me lembrou muito o amigo do ecuador, no final do expediente me levou pra passear pela cidade, tomamos uma cerveja no hotel onde encontramos um amigo dele. Depois seguimos ao Backpackers para tomar mais umas, eu, goncalo, oscar e seu amigo, gente finissima. A chuva por aqui me fez lembrar as de Floripa, fa muito tempo que nao vejo chuvas fotes, e aqui o lago parece muito com a baia sul em floripa, me lembrei do Vô, talvez pelo visual da chuva com o lago, talvez pelo assunto que estavamos conversando ou pelo peixe que comemos. Afinal continua valendo a ideia que mesmo nas dificuldades coisas boas aparecem. Ficamos ali bebendo, vendo o rio passar, e conversando sobre historia, politica, cultura, primeiro mundo e terceiro mundo. O que mais me impressiona nessas conversas é o quanto somos parecidos, como temos os mesmos problemas, como mesmo aqui na guatemala podemos pensar nas mesmas solucoes, que nunca sao tomadas pelos governantes dos paises de terceiro mundo. Sinceramente o Brasil apesar de seu tamanho nao é nada mais que um pais latino americano como diz a musica. E pra terminar a noite e me despedir do Goncalo, que segue viagem amanha, tomamos a saideira no bar ao lado do hotel. Enchemos a cara, conhecemos um casal de gualtemaltecos, coisa rara por aqui onde a maioria é de gringo, e fomos dormir ao som da boate que toque hap, reggeaton, cumbia e otras cositas mas.
nesses ultimos dias. O Oscar é um cara simples, mecanico, me lembrou muito o amigo do ecuador, no final do expediente me levou pra passear pela cidade, tomamos uma cerveja no hotel onde encontramos um amigo dele. Depois seguimos ao Backpackers para tomar mais umas, eu, goncalo, oscar e seu amigo, gente finissima. A chuva por aqui me fez lembrar as de Floripa, fa muito tempo que nao vejo chuvas fotes, e aqui o lago parece muito com a baia sul em floripa, me lembrei do Vô, talvez pelo visual da chuva com o lago, talvez pelo assunto que estavamos conversando ou pelo peixe que comemos. Afinal continua valendo a ideia que mesmo nas dificuldades coisas boas aparecem. Ficamos ali bebendo, vendo o rio passar, e conversando sobre historia, politica, cultura, primeiro mundo e terceiro mundo. O que mais me impressiona nessas conversas é o quanto somos parecidos, como temos os mesmos problemas, como mesmo aqui na guatemala podemos pensar nas mesmas solucoes, que nunca sao tomadas pelos governantes dos paises de terceiro mundo. Sinceramente o Brasil apesar de seu tamanho nao é nada mais que um pais latino americano como diz a musica. E pra terminar a noite e me despedir do Goncalo, que segue viagem amanha, tomamos a saideira no bar ao lado do hotel. Enchemos a cara, conhecemos um casal de gualtemaltecos, coisa rara por aqui onde a maioria é de gringo, e fomos dormir ao som da boate que toque hap, reggeaton, cumbia e otras cositas mas.
Dia 87 - quinta-feira... opcoes.
A noite ainda nao foi das melhores, muita coisa pra pensar e decidir. Dormi pouco, passei a manha na internet falando com a transportadora e depois do almoco fui ao mecanico. Fiquei meio depre por que realmente nao sei se vai ter jeito. O valor do transporte chegou no final do dia e acho que ja tenho a decisao pra amanha. Depois de irmos a internet, comemos um hambuguer e assistimos ao jogo do gremio pela libertadores... antes de sairmos do restaurante dois ratos cruzam na nossa frente, passei o resto da noite querendo devolver o hamburguer. No caminho pro hotel passamos por barzinho e resolvemos parar. Lugar agradavel, conversamos com um velho marinheiro que deu o maior incentivo. Duas cervejinhas e fui tentar dormir mais uma noite.
Dia 86 - Rio Dulce ... o dia seguinte
Passei a noite em claro, relembrando cada momento do acidente, tentando descobrir onde errei, o que poderia ter feito pra evitar aquilo, porque insisti em continuar viagem se por duas vezes pensei em parar. Foi uma noite terrivel, sentado na rede da sacada do hotel acho que revi o acidente milhares de vezes e toda vez eu tentava mudar alguma coisa pra finalmente escapar do caminhao, mas aquilo nao funcionava, nao tinha como voltar atras.
Amanheci com o sol, num visual muito tranquilizador, mas que para mim parecia sem vida, nao conseguia apreciar o lugar.
Tomei cafe lentamente meio sem vontade de sair do lugar, sem querer enfrentar a realidade. Depois de algum tempo tomei coragem fui a internet fiz contatos pra transportar o carro para o Brasil, nao tenho muita esperanca de conserta-lo. Ao mesmo tempo procurei pecas de land rover, mas sem nenhuma resposta concreta fui à oficina do Canche (Oscar). Ele guinchou o carro, e assim que chegamos a sua oficina vi um Land Rover series II sendo reparado, isso me animou um pouco. Vendo o carro agora tenho uma sensao de que tem conserto, Canche tenta me animar, pedi a ele um orcamento. Tentei organizar algumas coisas ver o que havia sobrado e o que nao servia mais. Goncalo estava comigo todo tempo, foi um grande amigo nesse momento. Voltamos ao hotel, jantamos e fomos dormir.
Dia 85 - Copan / Guatemala. 12 de junho de 2007
O dia comecou como qualquer outro, levantamos e saimos em direcao a mais uma fronteira. Deixamos honduras para tras sem termos conhecido quase nada, nao deu pra tirar nenhuma impressao mais forte do pais. A fronteira da guatemala foi relativamente rapida, o pessoal eficiente e prestativo, so tivemos que pagar a documentacao do carro, que saiu 40 quetzales, uns 6 dolares. Durante a noite de ontem o Goncalo sugeriu uma mundanca no itinerario, que eu ja havia pensado. Para evitar a cidade da Guatemala, a capital, iriamos contornar o Lago Izabal, passar pelas ruinas de Tikal e sair achar uma saida para o Mexico, talvez por Belize.
As primeiras horas foram tranquilas, paramos em posto de combustivel para abastecer, fizemos um lanche, e vimos uma Brahma gelada, mas aqui eles chamam de brahva. Nos informamos sobre as estradas, o que deixou o Goncalo mais tranquilo, ja que disseram ser tudo asfalto. Em uma hora chegamos passamos por umas ruinas, mas decidimos continuar e procurar algum lugar pra ficar ali por perto. Chegamos a Mariscos, ja fazia um tempo que a gente nao tinha um visual assim. Mariscos é uma pequena vila as margens do lago Izabal e me lembrou muito o Ribeirao da Ilha. O clima agradavel e o visual nos deu mais animo, comemos uns camaroes que nao estavam la grandes coisas, olhamos um pro outro e pensamos.. ¨vamos ficar por aqui¨.. pensamos, mas nao dissemos e simplesmente nos preparamos pra continuar rumo a Flores, ja perto das ruinas de Tikal. O Goncalo comentou alguma coisa sobre a estrada escorregadia, eu respondi que nao percebi e sugeri que ele trocasse o pneu, como se eu entendesse alguma coisa de motocicletas.
Segui na frente, pela estrada estreira, mas asfalta e sem buracos. Como o Goncalo ficou um pouco pra tras, achei melhor esperar um pouco e diminuir o ritmo. Passamos a ponte que cruza o Lago Izabal, mais uma vez pensei, podemos parar por aqui...mais uma vez continuei sem fazer nem um sinal ao meu amigo de viagem. Um quilometro mais a frente ele me sinaliza que vai parar num posto. Eu o acompanhei, mas nao abasteci, apenas deixei um pouco do dinheiro que eu tinha trocado pra que ele pagasse o combustivel. Uma chuva fininha nos acompanha a um bom tempo, mas sem me incomodar muito, pensei que o goncalo estarei meio de saco cheio ja que havia reclamado do piso escorregadio. Sai do posto antes dele pensando que ele logo me alcancaria, já que havia mais movimento na estrada eu nao poderia ultrapassar os carros mais lentos. Da saida do posto foram cinco minutos, e eu me lembro claramente como se tivesse gravado tudo na minha camera...Passei dois carros, e me liberei um pouco do transito, mas segui devagar ja que o Goncalo provavelmente ainda estava saindo do posto... Dei uma avaliada geral no carro, um habito que criei durante a viagem, chequei nivel do combustivel, temperatura, dei uma sacudidela pra sentir melhor os pneus, verifiquei a bateria do ipod e o GPS, o que nao importava muito porque por ali so havia aquela estrada rumo ao norte... Tudo checado, comecei a imaginar em possibilidades de chegadas ao meu destino final, o Alaska, decidi que contornaria o marco que identifica o final da estrada buzinando, com a filmadora em uma mao e a camera fotografica na outra... humm. tudo bem, é só uma viagem, tudo é possivel... Dei uma olhada na velocidade pra nao ir muito rapido, ja que o Goncalo ainda nao havia aparecido no meu retrovisor. 70km é o que me lembro ... A essa altura eu já estava na Curva del Infierno, senti o carro perder aderencia e sem pisar nos freios puxei um pouco pra esquerda, deixei deslizar um pouco e puxei pra esquerda e acho que ja estava recuperando o controle quando olhei pra frente e vi um caminhao vindo em minha direcao, talvez assustado puxei a direcao pra direita o que tirou novamente a aderencia do carro na curva molhada pela chuva recente e esperei... talvez um milesimo de segundo, pareceu uma vida, até o momento em que o caminhao arrancou a traseira da Nave como se fosse de papelao... rodei em direcao ao barranco... me lembro de ter pensado... ¨o caminhao nao me acertou estou bem¨ dai o barulho e talvez a adrenaline me deixaram sem qualquer acao, a nave bateu e capotou.
Em um segundo, talvez 1 minuto, apalpei minhas pernas bracos e o corpo, acho que lembrei do meu curso de socorrista, nao sentia dor, nao vi sangue, localizei o sentido da gravidade e tirei o cinto de seguranca. Sai por onde antes havia o parabrisas vi varias pessoas vindo em minha direcao, mas nao reconheci ninguem, fui sinalizar a estrada e juntar as coisas espalhadas pelo caminho. Talvez eu ainda achasse que poderia simplesmente pegar o carro e seguir viagem... Passaram-se uns 30 minutos até que me eu desse conta, sentasse a beira da estrada e comecasse a chorar. O policial me disse, nao se preocupe, isso é um carro voce podera ter outro. Nao acho que fosse pelo carro, era pelo sonho.
As primeiras horas foram tranquilas, paramos em posto de combustivel para abastecer, fizemos um lanche, e vimos uma Brahma gelada, mas aqui eles chamam de brahva. Nos informamos sobre as estradas, o que deixou o Goncalo mais tranquilo, ja que disseram ser tudo asfalto. Em uma hora chegamos passamos por umas ruinas, mas decidimos continuar e procurar algum lugar pra ficar ali por perto. Chegamos a Mariscos, ja fazia um tempo que a gente nao tinha um visual assim. Mariscos é uma pequena vila as margens do lago Izabal e me lembrou muito o Ribeirao da Ilha. O clima agradavel e o visual nos deu mais animo, comemos uns camaroes que nao estavam la grandes coisas, olhamos um pro outro e pensamos.. ¨vamos ficar por aqui¨.. pensamos, mas nao dissemos e simplesmente nos preparamos pra continuar rumo a Flores, ja perto das ruinas de Tikal. O Goncalo comentou alguma coisa sobre a estrada escorregadia, eu respondi que nao percebi e sugeri que ele trocasse o pneu, como se eu entendesse alguma coisa de motocicletas.
Segui na frente, pela estrada estreira, mas asfalta e sem buracos. Como o Goncalo ficou um pouco pra tras, achei melhor esperar um pouco e diminuir o ritmo. Passamos a ponte que cruza o Lago Izabal, mais uma vez pensei, podemos parar por aqui...mais uma vez continuei sem fazer nem um sinal ao meu amigo de viagem. Um quilometro mais a frente ele me sinaliza que vai parar num posto. Eu o acompanhei, mas nao abasteci, apenas deixei um pouco do dinheiro que eu tinha trocado pra que ele pagasse o combustivel. Uma chuva fininha nos acompanha a um bom tempo, mas sem me incomodar muito, pensei que o goncalo estarei meio de saco cheio ja que havia reclamado do piso escorregadio. Sai do posto antes dele pensando que ele logo me alcancaria, já que havia mais movimento na estrada eu nao poderia ultrapassar os carros mais lentos. Da saida do posto foram cinco minutos, e eu me lembro claramente como se tivesse gravado tudo na minha camera...Passei dois carros, e me liberei um pouco do transito, mas segui devagar ja que o Goncalo provavelmente ainda estava saindo do posto... Dei uma avaliada geral no carro, um habito que criei durante a viagem, chequei nivel do combustivel, temperatura, dei uma sacudidela pra sentir melhor os pneus, verifiquei a bateria do ipod e o GPS, o que nao importava muito porque por ali so havia aquela estrada rumo ao norte... Tudo checado, comecei a imaginar em possibilidades de chegadas ao meu destino final, o Alaska, decidi que contornaria o marco que identifica o final da estrada buzinando, com a filmadora em uma mao e a camera fotografica na outra... humm. tudo bem, é só uma viagem, tudo é possivel... Dei uma olhada na velocidade pra nao ir muito rapido, ja que o Goncalo ainda nao havia aparecido no meu retrovisor. 70km é o que me lembro ... A essa altura eu já estava na Curva del Infierno, senti o carro perder aderencia e sem pisar nos freios puxei um pouco pra esquerda, deixei deslizar um pouco e puxei pra esquerda e acho que ja estava recuperando o controle quando olhei pra frente e vi um caminhao vindo em minha direcao, talvez assustado puxei a direcao pra direita o que tirou novamente a aderencia do carro na curva molhada pela chuva recente e esperei... talvez um milesimo de segundo, pareceu uma vida, até o momento em que o caminhao arrancou a traseira da Nave como se fosse de papelao... rodei em direcao ao barranco... me lembro de ter pensado... ¨o caminhao nao me acertou estou bem¨ dai o barulho e talvez a adrenaline me deixaram sem qualquer acao, a nave bateu e capotou.
Em um segundo, talvez 1 minuto, apalpei minhas pernas bracos e o corpo, acho que lembrei do meu curso de socorrista, nao sentia dor, nao vi sangue, localizei o sentido da gravidade e tirei o cinto de seguranca. Sai por onde antes havia o parabrisas vi varias pessoas vindo em minha direcao, mas nao reconheci ninguem, fui sinalizar a estrada e juntar as coisas espalhadas pelo caminho. Talvez eu ainda achasse que poderia simplesmente pegar o carro e seguir viagem... Passaram-se uns 30 minutos até que me eu desse conta, sentasse a beira da estrada e comecasse a chorar. O policial me disse, nao se preocupe, isso é um carro voce podera ter outro. Nao acho que fosse pelo carro, era pelo sonho.
Dia 85 - Copan
Acordamos ainda na duvida se seguiríamos viagem hoje mesmo ou nao. Bom, fomos as ruínas de Copan, uma das maiores ruinas Maias aqui dessas paradas. Ta.. fui lá vi.. achei legalzinho e em menos de duas horas estavamos de volta ao hotel. Descidimos ficar mais um dia, pra mim nao é problema dirigir varias horas, mas pro Goncalo com a moto pesada, é bem mais dificil. Sem mais para o momento, abracos.
Dia 84 - Danli / Copan
Saímos de Danli cedo, a paisagem por aqui é meio estranha, muitas queimadas, algumas areas de reflorestamento de pinos e campos sem muita vegetacao. Nem montanhas, nem rios ou cascatas, fico meio decepcionado. Em poucas horas chegamos a Tegucigalpa, e sem dar importancia a maior cidade de honduras passamos em direcao ao norte. O goncalo vai a frente e nos guia para uma cachoeira que segundo seu livro teria 400 metros de altura... Bom, pode ter sido erro de impressao, a cascata apesar de bonitinha nao passava de 40metros. Mas como tudo nessa viagem qualquer desvio tem um efeito bom, seja para encontrar um visual diferente, conhecer gente, ou nesse caso simplesmente sair um pouco da estrada principal. O goncalo se tornou atracao local, todos as criancas rodearam a moto fazendo pergunta de todo tipo.Eu e nave somos mais discretos e nada interesantes comparados a BMW cheia de bolsa, parecendo a moto voadora do guerra nas estrelas. Saimos dali, retomando a estrada principal até Coban. Sao mais 3horas e meia por uma estrada tranquila e sem atrativos. Nao que Honduras seja desinteresante, apenas nao procuramos muito. Talvez toda a informacao obtida percorrendo tantos paises tenha enchido esgotado nosso hard disk, o Goncalo talvez mais, porque ja esta a 5 meses na estrada. Dormimos em Coban para no proximo dia vistar as ruinas.
Dia 83 - Granada / Danli, Honduras
Granada foi um bom ponto de parada na america central, seguimos agora a fronteira da Nicaragua com Honduras. Nada de especial, apenas pequenas cidades pelo caminho. Em uma parada num posto de combustivel conhecemos o Bill e sua esposa, ela é nicaraguense e ele americano, fez a viagem de Boston a Nicaragua de carro, em 1967... aham.. isso mesmo, num fusca sim senhor, isso é aventura. O que eu estou fazendo é só um passeio um pouco mais larga. Chegamos a Ocotal, que deveria ser nosso ultima parada na Nicaragua, como eram apenas 3 horas, seguimos a Honduras. A fronteira parece pouco movimentada, mas eh meio enrolada, como é sabado o banco esta fechado e o documento que deveríamos comprar no banco só tem no tal agente aduaneiro. Gastamos 40 dolares cada um, e passamo, o visto nao é necessario já que estamos dentro de uma zona de livre circulacao entre nicaragua, honduras, el salvador e guatemala. Mais meia horinha e chegamos a Danli. Boa noite
Dia 82 - Granada / San Juan / Granada
Acordamos sem muita pressa, resolvemos dar umas voltas aqui por perto de granada mesmo, de carro, deixamos a moto no hotel. Primeiro fomos ao vulcao Mombacho, um vulcao extinto coberto por uma floresta umida. E justamente por ser uma floresta umida era de se supor que a montanha estaria coberta de nuvens. Bom, fomos lá na esperança de mais um visual espetacular. Depois de subir uma estradinha bem inclinada ate os 1300metros de altura chegamos a estacao dos guarda-parques. Esperamos por ali pra ver se as nuvens davam um tempo, como nao deram resolvemos fazer o passeio assim mesmo, e aos poucos o tempo foi melhorando, pudemos ver o Lago da Nicaragua, as ilhotas, Granada, e a Laguna de Apoio. Visual bem legal, mas nao se pode dizer que é assim espetacular.. ta bom ja enchi o saco de vulcao inativo. Como ainda era cedo, resolvemos seguir ate San Juan del Sur, eh bem perto da fronteira por onde entramos, mas na falta de programa melhor. Em uma hora chegamos a cidadezinha a beira do mar, aparentemente uma vila de pescadores. Lugarzinho bonito, dali continuamos por uma estradinha de terra que nos levou a dois lugares muito bonitos, praias recortadas por costoes e recifes cheias de caranguejo (que impressionaram o portugues Goncalo) e meia duzia de surfistas, incluindo alguns brasileiros. Conversamos um pouco, ficamos ali apreciando o visual e voltamos a granada, pra fechar o dia um por do sol horrivel.
Dia 81 - La Cruz / Granada, Nicaragua
Acordamos cedo para tentar evitar a demora na travessia da fronteira, neste caso tem fama de ser bem demorada, principalmente a entrada na nicaragua. Fama confirmada, levamos 3 horas pra conseguir todos os carimbos e assinaturas e pagar todas as taxas, uns 26 dolares mais ou menos. E um troco pro rapaz que ajudou, esses ajudantes de fronteira nao sao muito recomendados, mas eu tenho usado algumas vezes, deixo claro que nao tenho dinheiro, e lhes pergunto quanto vai ser o servico. Se o valor for alto digo que nao quero, mas em geral pedem uma contribuicao, pago uns 3 ou dolares no maximo. As vezes vale a pena porque tem muita fronteira cheia de buracracia. Bom, seguimos a Granada o tempo estava meio nublado, a estrada era tranquila, pelo menos ate proximo da cidade, nos 20km antes de granada comeca uma parte de asfalto bem esburacada, nao chega a ser um problema, mas tem que ir mais devagar. Chegamos a Granada e nos alojamos num Hostel, mas que nao tinha garagem. O goncalo colocou a moto no patio e eu estacionei o carro no corpo de bombeiros a quatro quadras dali. A cidade parece bem bonitinha, estilo antigo, com pracinha, igreja e predios do governo. As ruas estreitas e cheias de camelos lembram que isso ainda é America Latina, apesar da quantidade enorme de americanos por aqui. Almocamos na praca central, eu consegui comer melhor já, e depois vimos a prossicao de Corpus Cristi passando. A tradicao é parecida com no Brasil mas nao tem os tapetes que a gente fazia em florianopolis, nem sei se ainda tem isso por lá. Conseguimos internet no Hostel mesmo, ficamos por ali e fomos dormir, devemos ficar mais uma noite por aqui, pra dar uma volta pela regiao.
Dia 80 - La Fortuna / La Cruz
Saimos de La Fortuna com destino a La Cruz, já proximo a fronteira com a Nicaragua. A estrada que contorna o Lago Arenal é estreita e pouco movimentada, sem muitos buracos, passamos rapidamente pelas cidadezinhas sem muitas paradas. Desde ontem estou com o estomago meio embrulhado, paramos para come, mas eu acabei ficando só na aguinha. Chegamos a La Cruz umas 5 da tarde, ainda deu pra ver o fim de tarde. A Costa Rica parece um belo país, e alem do fato de ser um dos poucos paises a nao ter um exercito, parecem estar bastante preocupados com a natureza, e tentam fazer o turismo sua principal fonte de renda. Deixamos de lado uma dezena de parques e reservas que merecem mais tempo para visitar-los . Passamos bem rapido por aqui, mas o visual dos vulcoes ja valeu a pena. ¨Pura Vida¨ é a expressao mais comum por aqui e quer dizer ¨tudo de bom¨.Amanha atravessamos a fronteira para a Nicaragua.
11 junho 2007
Dia 79 - San Jose / La Fortuna e os Vulcoes!!!
Sair de San Jose não é muito fácil no horário de pico. Mesmo não sendo nada parecido com São Paulo, não estava acostumado ao transito da grande cidade. Seguimos ao vulcão Poas, finalmente eu vou, nem que esteja nevando. O caminho é rápido, como tudo aqui na America central, as distancias são muito mais curtas que na America do sul, preciso me adaptar a isso. Na subida ao vulcão muita neblina, mas eu tinha esperança que ia passar. Entrei no parque e paguei os 9 dolares com fé. Depois de caminhar uns 100metros lá estava... uma parede branca de neblina, mas ficamos ali... na espectativa e... meia hora depois, aparece a cratera do desgraçado, cheia de fumaça saindo do lago. A um ambiente muito legal, uma visão nada comum a nos brasileiros, por isso queria tanto ver. Bom, ta visto, mas esse vulcão ta morto, vou atrás de um mais novinho...o Arenal. No caminho passamos por umas cachoeiras, muito verde, e cidades pequenas. Chegamos a La Fortuna já com a visão do Arenal ao fundo, beleza, fomos ao hotel e saímos até um lugar onde seria possível ver a lava. Vinte minutos depois lá estavam um monte de turistas olhando pro alto e babando na beira da estradaa... deve ser aqui... me juntei a eles e “uauuuuu!!!” o coro era comandado pela erupção de lava incandescente (lava sempre é incandescente né, acho) a cada 2 minutos mais ou menos. A visão é impressionante mesmo, ver a força que esse bicho tem pra lançar uma quantidade enorme de pedra pro alto. Mas aqui não tem muita descrição não, tem que ver pra entender. Dessa vez acho que consegui gravar alguma coisa, mas a foto é do Gonçalo.
Dia 78 - San Jose
Passei a manha toda apertando parafusos embaixo do carro, checando óleo, cabos, tudo que parecesse fora do lugar... humm é verdade não entendo nada de mecânica, mas tenho aprendido um pouquinho nesta viagem. A tarde fui a autorizada da Land Rover fazer trocas de óleo, filtros e correa. O pessoal foi bem simpático e rápido. Voltei ao hostel, fizemos um marracao a bolonhesa e pronto.
Dia 77 - Dominical / San Jose
Amanhecemos bem, não fosse o fato do Gonçalo perceber que haviam roubado duas sacolas da moto, não falei nada na hora, mas “esses europeus ficam dando bobeira”..algum surfista que passou por ali e precisava de uma prancha nova levou a barraca e algumas outras coisas. Depois de procurar pelos terrenos ao lado e registrar na policia a ocorrência, uma senhora apareceu com uma das sacolas, que havia encontrado em seu terreno. Beleza valeu pra ficar esperto. Seguimos em direção a San Jose, capital da Costa Rica, a estrada passa pelas montanhas, é bem estreita e com muita neblina. Chegando perto de San Jose já aparece uma auto estrada bem moderna e os shoppings de uma típica cidade globalizada. Achamos o hostel bem rápido, um lugar aparentemente agradável, com garagem. Amanha vou trocar óleos e dar uma geralzinha no carro.
Dia 76 - Boquete / Dominical, Costa Rica
De Boquete à fronteira da Costa Rica são 30 minutos mais ou menos. A passagem é relativamente caótica, muito caminhão, vendedor e cambista. Passei pelos tramites panamenhos bem rápido até, na costa rica demorei pra sacar dinheiro no banco, mas foi tranqüilo, inclusive gostei muito de eles cobrarem o tal seguro obrigatório na fronteira mesmo, tornando tudo muito mais pratico e oficial, foram 12 dolares pelo carro. Seguimos em direção a San Jose, a capital, mas a idéia é talvez parar em alguma praia. Paramos pra abastecer e almoçar. Aqui as bombas de combustível voltam a ser em litros. O cara do restaurante da a dica de umas praias muito bonitas, e que seria uma boa parar em Dominical. Beleza, a estrada é relativamente tranqüila, e em um certo pedaço avistamos a costa, com várias ilhas, e muito verde nas margens. Uma região aparentemente pouco explorada. Tentamos parar em uma praia, mas não tinha acesso, alem de uma placa dizendo “cuidado, ladrões na área”. Proxima praia, a praia é uma reserva ecológica, coisa muito comum aqui na Costa Rica, aparentemente eles estao baseando sua economia em turismo, e parece que tem fucionado porque o preco do parque é bem caro, 30dolares. Conversamos com o guardinha que deixou a gente tirar umas fotos. Seguimos a Dominical, na verdade não é uma cidade é um balneário, cheio de surfistas americanos. E mais uma vez todo mundo vem falar com a gente em inglês, e obviamente os preços cobrados são pra americano ver. Achamos umas cabanas perto do mar, com estacionamento e um bar e foi isso. A noite batemos um papo com os vizinhos de cabana 3 americanos e 1 ingles. Pessoal gente boa, acharam fantástico a quantidade de línguas que falamos... (eu mais ou menos 2 e o goncalo 3, alem do português obvio). Taí uma coisa que vai me incomodar muito na America Central, a quantidade de inglês que se fala por aqui. Espero chegar logo em San Diego pra voltar a ouvir espanhol hehehe.
Dia 75 - Playa Venao / Boquete
Antes do texto, uma obs. alguns guias aqui do panama colocam o nome da praia como Playa Venado, mas a maioria do pessoal diz que o certo é Venao, pra nao ficar mais estranho optei pelo segundo. Playa Venado a Boquete ia ficar complicado....
Acordamos com um pouco de chuva, pra mim não é muito problema, mas o goncalo precisava dar uma limpada na barraca. Havia um caminho de terra pra continuar em direção ao norte, mas descobri que a moto nao passa pelos mesmos lugares que a Nave, então voltamos um pouco até a estrada principal e seguimos a Boquete, uma região de montanha no norte do panamá, já bem perto da fronteira. Chegamos a cidadezinha 3 da tarde e achamos um hotel. Saimos de carro pra dar uma volta pela região ainda com um pouco de chuva. Deixei minhas roupas pra lavar e fomos em direção.... sei lá, saímos por ai. Na primeira tentativa caímos em um condomínio fechado, de luxo, mais tarde a moça que lavou minha roupa disse ser lugar de astros americanos, tem casa da família Kenedy e tudo, até o mel Gibson esteve por ai. Bom, saída pela direita, achamos uma estradinha simpática e começamos a subir o morro. Chegamos a uma estrada de terra e resolvi tentar, chegamos ao alto da montanha, com uma bela vista pro vale, e um belo por do sol, ao final um portão não muito amigável, voltamos. Mas achei estranho que estávamos a apenas 20km do mar do caribe e não existe por aqui nenhuma estrada que chegue até lá. O único caminho seria voltar alguns km na estrada principal, e dirigir mais 3 horas até bocas Del Toro, que infelizmente não vai rolar. Notamos aqui que a cidade está se tornando, ou já é, um refugio de americanos, muita gente fala inglês e todos os letreiros são em inglês. Depois de fazer um lanche num típico bar americano fomos dormir.
Acordamos com um pouco de chuva, pra mim não é muito problema, mas o goncalo precisava dar uma limpada na barraca. Havia um caminho de terra pra continuar em direção ao norte, mas descobri que a moto nao passa pelos mesmos lugares que a Nave, então voltamos um pouco até a estrada principal e seguimos a Boquete, uma região de montanha no norte do panamá, já bem perto da fronteira. Chegamos a cidadezinha 3 da tarde e achamos um hotel. Saimos de carro pra dar uma volta pela região ainda com um pouco de chuva. Deixei minhas roupas pra lavar e fomos em direção.... sei lá, saímos por ai. Na primeira tentativa caímos em um condomínio fechado, de luxo, mais tarde a moça que lavou minha roupa disse ser lugar de astros americanos, tem casa da família Kenedy e tudo, até o mel Gibson esteve por ai. Bom, saída pela direita, achamos uma estradinha simpática e começamos a subir o morro. Chegamos a uma estrada de terra e resolvi tentar, chegamos ao alto da montanha, com uma bela vista pro vale, e um belo por do sol, ao final um portão não muito amigável, voltamos. Mas achei estranho que estávamos a apenas 20km do mar do caribe e não existe por aqui nenhuma estrada que chegue até lá. O único caminho seria voltar alguns km na estrada principal, e dirigir mais 3 horas até bocas Del Toro, que infelizmente não vai rolar. Notamos aqui que a cidade está se tornando, ou já é, um refugio de americanos, muita gente fala inglês e todos os letreiros são em inglês. Depois de fazer um lanche num típico bar americano fomos dormir.
Dia 74 - Panama City / Playa Venao
As 8 e meia saímos, eu, sem barba, com a Nave e o Gonçalo na sua moto, passamos pela ponte sobre o canal, que eu não vi muito de perto, mas tudo bem. Todo mundo que fez o tour ao canal voltava pro hostel com um ar... “ahh foi...” . A estrada principal por aqui é bem boa e os pedágios não são muito caros. Estranho é se acostumar com as distancias, diferente da America do sul, aqui em um dia você cruza um país. Fomos em direção a Las Tablas, daí minha idéia é ir até a praia de Venao, indicada pelo Flavio, o italiano. No caminho pegamos uma chuva pesada, que diminuiu rápido, chegamos a praia umas 4 da tarde. O lugar é muito bonito e relativamente isolado, existem algumas poucas casas, um hotelzinho, e um restaurante na beira da praia. O local é freqüentado principalmente por surfistas. Resolvemos acampar por ali na praia mesmo. Arrumamos as coisas, o Goncalo preparou sua barraca e eu minha cama, tiramos umas fotos, e fomos comer um peixinho da tia do restaurante. Tomamos umas cervejas apreciando o por do sol e fomos dormir cedo.
09 junho 2007
Honduras, mas já?
É verdade, já, a vida é assim ,mesmo com cinco meses de férias nao da pra fazer tudo... passei a nicaragua em 3dias, foi rapido mas foi bom. To sem tempo pra internet, abraco ate mais!
07 junho 2007
Dia 73 - Panama City, e o retorno da Nave!
A última vez que vi a carro foi a exatamente uma semana, apesar de ter calculado 10 dias para todo esse transporte, quero continuar a viagem o quanto antes. As 8h fui ao escritório, passei os documentos pro despachante que voltou em meia hora com a liberação da aduana. Peguei os papéis e na hora de pagar levei um certo susto, foram U$250,00 pro cara ir ali na aduana preencher uns papeis e voltar, dizem eles que os tramites são assim mesmo... aham. Paguei, afinal sou turista e tenho mais é que ser enrolado mesmo. A secretaria me deu informações de como chegar ao porto de colon, mas nada muito preciso, e também sem muita vontade de ajudar. Fui pegar o primeiro ônibus a colon no terminal que fica perto dali. Os ônibus pra lá saem de meia em meia hora, e custam U$2,50 se for o expresso com ar condiciona. Beleza. Mas como eu chego ao porto? 1h e meia depois cheguei a colon, o pessoal começou a salta do ônibus e eu fui junto, achei um taxi que me enfiou a faca U$5,00 (deveria sair no máximo U$3). A essa altura to querendo mais é ver carro. No ônibus fiquei tentando imaginar todo tipo de problema pra pegar o carro, aduana demorada, revista policial, documento faltando e até que as amarras do carro teriam se soltado... coisa horrível. Bom, os portos em geral não são um ambiente nada amigável, sem a mínima sinalização ou informações dos procedimentos. Cheguei na guarita falei que vinha retirar um carro, e o cara me mandou pra um prédio, cheguei no horário do almoço. Tinham umas 5 pessoas na frente e só uma recepcionista... e eu não tinha a mínima idéia do que fazer... esperei minha vez... 1h depois fui atendido e me disseram que não precisaria passar ali, poderia retirar o carro direto no porto... hã? Mas aqui não é o porto? É no portão ao lado. Ahh claro era óbvio isso. 200metros depois, entrei a pé pelo meio de dezenas de caminhões. Mas como quem tem boca consegue o que quer (quase sempre), fui perguntando aqui e ali, e passando por todos os departamentos, conseguindo todos os carimbos e autorizações, finalmente cheguei a “rampa”, diziam que ali seria entregue meu carro. UFA!! Conteiner vai contêiner vem, nada da nave. O senhor da aduana, Luiz (acho), um negao tipo Morgan Freeman , chamou alguém do porto para verificar a demora. E eu nem tava tão preocupado. E então... no meio de dezenas de caminhões e containers aparece um pequeninho, azul, e com a identificação certa... lá vem ele... Junto ao caminhão veio a grua pra baixar o conteiner... rezei pra que o cara estivesse de bom humor, e fizesse tudo com muito carinho, e assim foi. Chamei o Morgan e eu mesmo arranquei o lacre, ainda estava meio preocupado, mas em 1min abri a porta e lá estava ela, inteira, do mesmo jeito que deixei quando saiu da Colômbia. Arranquei as amarras e as proteções, dei a partida e tudo estava funcionando. O senhor Morgan fez a inspeção por cima, e o pessoal da vigilância sanitária também, resolveram aceitar o certificado da “fumigação” feita na Colômbia e tiraram umas fotos ao lado do carro. Mais uns três carimbos e eu estava fora dali, em 3horas e meia, muito mais rápido que eu pensava, e sem nenhum problema. O pessoal do porto foi extremamente simpático e prestativo, e o processo muito mais simples que eu pensava. Voltei a panamá city com um sorriso no rosto. Nem o transito pesado da cidade me tirou o bom humor, estacionei o carro e dei uma bela olhada e três tapinhas na carroceira, como se dissesse “vamo lá, agora falta pouco”. Finalmente estava de volta a estrada. Mais tarde jantei com o Gonçalo, português que esta viajando de moto de Buenos Aires até Nova Iorque. Combinamos de sair juntos amanha rumo ao norte do panamá.
Dia 72 - Panama CIty, terça-feira
Terça-feira ... Já estou ficando meio impaciente com o carro, o pessoal do escritório daqui do panamá não é tão atencioso como na Colômbia, e nem se preocupa em mostrar serviço, liguei duas vezes e nada, no final do dia me avisaram pra ir a aduana no dia seguinte e talvez eu pudesse ir até colon no mesmo dia pra pegar o carro. Mais uma noite de esperando, me acostumei muito a fazer tudo com o carro, ir pra onde quero, passear a qualquer hora e seguir pra outra cidade quando canso de uma, já estou de saco cheio de Panama City, apesar do hostel e das pessoas aqui serem muito legais, quero voltar a estrada.
Dia 71 - Panama City, mais um dia
Acordei cedo, apesar de ter certeza que nada seria feito com realação ao carro hoje (segunda-feira). Esperei até as 9h e no escritório a mulher me falou que nada ainda, as 3h os documentos chegariam e provavelmente no outro dia daria entrada. Passei o dia por ali, na internet, e na televisão. Mais tarde bati um papo com o Flavio, surfista italiano, que conhece bem a America central e me deu algumas dicas. Também falamos de poesia ( ele é escritor ), teatro, idiomas e outras coisas. Mais uma vez me vejo conhecendo gente e falando sobre coisas que nem conheço muito.
Algumas cervejas mais e só, a vantagem de estar sem o carro é que não preciso me preocupar em dirigir depois.
Algumas cervejas mais e só, a vantagem de estar sem o carro é que não preciso me preocupar em dirigir depois.
Dia 70 - Panama City - Casco Viejo
Saí pra dar uma volta com o Guilherme, fomos ao centro histórico. Aqui na America Central as coisas não tem um endereço, sempre tem um ponto de referência pra chegar a um lugar. Então andar por aqui exige uma certa paciência.
Pelo menos os taxis são baratos, de U$1,25 a U$1,50 depende da região que você vai. Chegamos ao tal centro, mas como não tinha muita sinalização saímos andando. O que não é uma boa idéia se você não conhece o lugar. Viramos uma esquina pra direita e de dentro de um casebre cheio de grades o pessoal grita “por ai não”... dois segundos de reflexão e resolvemos virar pra esquerda, o pessoal ainda avisou pra guardar a maquina e sair rapidinho pro outro lado. Acho que pensaram que éramos turistas otarios pedindo pra ser assaltados... estavam cobertos de razão. Mais umas quadras a frente avistamos alguns policiais, umas casas mais arrumadinhas, umas igrejas antigas e uma praça... e mais uns turistas. Caminhamos por ali uma meia hora, sem muita coisa espetacular, ai passamos uma guarita e o guardinha avisou, “aqui é o palácio presidencial”.... aham até parece.. mas o pior é que era. Uma casa antiga, bem conservada, com alguns policiais a volta. Mas pra quem está acostumado com a opulência dos prédios governamentais no Brasil isso aqui poderia no máximo se passar por casa do prefeito. Bom, caminhamos mais um pouco por esse tal de Casco Viejo, e fomos procurar algum lugar pra comer, tudo muito caro por aqui, afinal o presidente mora ao lado. Três quadras mais a frente os casebres caindo aos pedaços voltam a cena, achamos um chinês muito vagabundo pra comer muito barato uma comida muito ruim, é a vida. Saimos dali com chuva forte, parei o primeiro taxi assim que entrei no carro percebi um cheiro relativamente forte de álcool, como eles por aqui ainda não usam álcool combustível nos carros, presumi ser o combustível do motorista... “Amigo, por favor para Via España”... o cara faz força e arranca seu ultimo suspiro de sanidade e diz.. “Não vai dar, to tomando umas” ufa... saltei rapidamente do carro, ainda vi que o cara conseguiu fazer uma curva... “acho que ele nem tava tão mal”... Pegamos outro taxi e chegamos muito bem, obrigado.
Mais uma noite sem fazer nada, apenas umas duas cervejas.
Pelo menos os taxis são baratos, de U$1,25 a U$1,50 depende da região que você vai. Chegamos ao tal centro, mas como não tinha muita sinalização saímos andando. O que não é uma boa idéia se você não conhece o lugar. Viramos uma esquina pra direita e de dentro de um casebre cheio de grades o pessoal grita “por ai não”... dois segundos de reflexão e resolvemos virar pra esquerda, o pessoal ainda avisou pra guardar a maquina e sair rapidinho pro outro lado. Acho que pensaram que éramos turistas otarios pedindo pra ser assaltados... estavam cobertos de razão. Mais umas quadras a frente avistamos alguns policiais, umas casas mais arrumadinhas, umas igrejas antigas e uma praça... e mais uns turistas. Caminhamos por ali uma meia hora, sem muita coisa espetacular, ai passamos uma guarita e o guardinha avisou, “aqui é o palácio presidencial”.... aham até parece.. mas o pior é que era. Uma casa antiga, bem conservada, com alguns policiais a volta. Mas pra quem está acostumado com a opulência dos prédios governamentais no Brasil isso aqui poderia no máximo se passar por casa do prefeito. Bom, caminhamos mais um pouco por esse tal de Casco Viejo, e fomos procurar algum lugar pra comer, tudo muito caro por aqui, afinal o presidente mora ao lado. Três quadras mais a frente os casebres caindo aos pedaços voltam a cena, achamos um chinês muito vagabundo pra comer muito barato uma comida muito ruim, é a vida. Saimos dali com chuva forte, parei o primeiro taxi assim que entrei no carro percebi um cheiro relativamente forte de álcool, como eles por aqui ainda não usam álcool combustível nos carros, presumi ser o combustível do motorista... “Amigo, por favor para Via España”... o cara faz força e arranca seu ultimo suspiro de sanidade e diz.. “Não vai dar, to tomando umas” ufa... saltei rapidamente do carro, ainda vi que o cara conseguiu fazer uma curva... “acho que ele nem tava tão mal”... Pegamos outro taxi e chegamos muito bem, obrigado.
Mais uma noite sem fazer nada, apenas umas duas cervejas.
Dia 69 - Panama City
Dia sem fazer porra nenhuma assisti aos jogos do real e depois do Barcelona, fiquei enrolando por aqui e cama. Abraço
05 junho 2007
Rapidinha
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